História da Radioterapia

No começo dos anos 1950, Henry Kaplan, professor de radiologia em Stanford, ouviu uma conversa sobre um plano de construir um acelerador linear para os físicos na universidade.

Um acelerador linear é um tubo de raios X levado ao extremo. Os raios X que emergem disso são profundamente penetrantes - poderosos o bastante não apenas para atravessar tecidos, mas para queimar e matar as células.

Kaplan tinha feito treinamento no National Cancer Institute, onde aprendeu a usar raios X para tratar leucemia em animais, porém seu interesse mudara, gradualmente, para tumores em humanos, como câncer de pulmão, mama e linfoma.

Em 1953, ele convenceu uma equipe de físicos e engenheiros de Stanford a prepararem um acelerador exclusivamente para o hospital. Através de um minúsculo orifício em um bloco de chumbo, ele podia direcionar doses ínfimas e controladas de um feixe de raios X muito poderoso.

Como o acelerador linear só podia focalizar o seu "feixe de luz assassino" em determinados lugares, ele teria que utilizá-lo no tratamento de um câncer local, e não sistêmico. A leucemia estava fora de cogitação. Câncer de mama e de pulmão eram alvos importantes, mas nos dois casos, imprevisíveis. O poderoso olho do intelecto de Kaplan, girando pelo mundo da oncologia, acabou pousando no alvo mais natural para a sua investigação: o linfoma de Hodgkin.

Estudos com tratamento radioterápico em pacientes com linfoma de Hodgkin foram feitos, com sucesso.

Desta forma, surgiu um novo tipo de tratamento para as doenças oncológicas. Tornou-se possível curar alguns tipos de câncer, em seu estágio inicial, com essa nova modalidade, que ficou conhecida como radioterapia.

Texto adaptado do livro O Imperador de Todos os Males