CAR-T cells

Em 2017, o FDA autorizou o tratamento de pacientes com leucemia aguda B e linfomas agressivos de células B, com uma técnica chamada CAR-T cells (sigla em inglês, para “receptor de antígeno quimérico de células T”).

Através da técnica de Engenharia Genética, um anticorpo é introduzido nas células de defesa do organismo do próprio paciente - os linfócitos T - para que reconheçam e ataquem as células cancerosas.

Tal técnica é uma inovação médica com a capacidade de reprogramar as células do próprio paciente para atacar determinados tipos de câncer.

O primeiro relato de caso com esse novo tipo de tratamento foi o da menina americana Emily Whitehead que, em 2012 aos seis anos, apresentava leucemia linfoblástica aguda recorrente/refratária de células B. Tais células B têm em sua superfície uma proteína chamada CD19, alvo da alteração com a técnica de CAR-T cells.

Tratada com as células T modificadas, Emily, hoje com 15 anos, está em remissão da doença, assim como 52 outros pacientes que participaram dos ensaios clínicos.

Entretanto, a terapia com CAR-T cells deve ser encarada como último recurso, já que seus eventos adversos podem ser graves, incluindo a síndrome de liberação de citocinas, uma resposta sistêmica à ativação e proliferação dos linfócitos T e que pode causar febre alta, hipotensão arterial e problemas neurológicos.

Esta é, portanto, a primeira terapia 100% individual contra o câncer, o que abre uma nova era na oncologia. Estudos com o uso de CAR-T cells estão sendo realizados para o tratamento de vários tipos de câncer hematológico como mieloma múltiplo, leucemia linfocítica crônica e linfoma de Hodgkin, além dos tumores sólidos como câncer de pâncreas e glioblastoma multiforme.

Como tem acontecido com os diagnósticos genéticos, a expectativa é de que, com o tempo e ampliação das indicações, as terapias do tipo CAR-T cells se tornem mais acessíveis e haja um acesso maior da população a essa inovação.