Doenças ocupacionais que dão origem ao câncer

Percival Pott, cirurgião inglês do hospital St. Bartholomew, no século 18, notou um aumento considerável no número de casos de câncer de testículo, principalmente em sua clínica em Londres.

Os pacientes eram exclusivamente limpadores de chaminé, meninos órfãos que, quase nus e lambuzados de óleo, tiravam os acúmulos de resíduos dos tubos.

A relação entre o desenvolvimento da doença e as condições de trabalho dos limpadores de chaminé fez com que Pott atribuísse à moléstia uma característica identificável provocada pelo homem.

Em hematologia, algum tempo após o relato de Pott, foi verificado que a exposição crônica ao benzeno, em trabalhadores de cadeias de extração e refino do petróleo, siderúrgicas, indústrias petroquímicas, postos de gasolina e oficinas mecânicas, seria capaz de provocar alterações na medula óssea e no sangue, levando à anemia, hemorragias, leucopenia e outros danos no sistema imunológico.

Hoje, segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), o benzeno é considerado comprovadamente cancerígeno para seres humanos, causando linfomas e leucemias (sobretudo leucemia mieloide aguda – LMA), entre outros tipos de câncer.

Estava, portanto, descrita uma classe de doenças na Medicina, conhecida como doenças ocupacionais.